quinta-feira, 9 de junho de 2011

Reflitamos

Colegas parabéns a todos, principalmente aos que participaram ontem do movimento grevista. O descontentamento com a situação atual é geral e a única arma que temos para tentar mudar esse quadro é greve, visto que até o momento alternativas administrativas restaram sem êxito. A adesão dos colegas foi o que mais surpreendeu. Quanto aos colegas que não participaram, não devemos criticá-los. Vivemos em um Estado democrático com opiniões, todas, ainda que diversas devem ser respeitadas. Por outro lado, pedimos aos que, por qualquer motivo, não participaram do evento do dia de ontem, pedimos que repensem e se unam aos que colocaram o rosto na frente em nome de TODOS. Segue o texto do colega Anderson (Rondônia), para reflexão.

MOBILIZEMO-NOS !!!!!!!!!!!!!!!

Arilzo

-/-/-/


À Greve: Sem medo das “picadelas”!

Muitas vezes flagrei-me a me questionar qual a razão, se é que existiria uma, da luta. Não me refiro aqui à violência, ou mesmo à prática esportiva, falo da luta diária, cotidiana, daquilo que costumo chamar de “bom combate”.

São tantas frentes de batalha, uma mais exigente que a outra. Em casa, na rua, no bairro, na cidade, no mundo! Porém, uma coisa aprendi nos meus “trinta e poucos anos”, não há vitória sem luta! Não é possível chegar a qualquer lugar se não nos dispomos a encarar as batalhas para as quais somos desafiados a todo o momento. E tem mais: não existe vitória, sem riscos, sem desprendimento. Só vence a batalha quem está no fronte e lá, sempre há inúmeros riscos.

Hoje cedo, um amigo fez uma citação, que só o Google pra me ajudar a encontrar os exatos termos e “lembrar” o autor: “Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colméia com medo das picadelas das abelhas (...)” (William Shakespeare). Penso que é justamente isto, é isto que nos move, é esta consciência, é a sapiência de que é fundamental correr riscos para vencer.

Hoje, minha categoria está iniciando mais uma árdua batalha: Os servidores do MPU, inclusive em Rondônia, estão em Greve por tempo indeterminado. São seis anos sem qualquer reajuste, mais que isto, temos assistido o sucateamento desta instituição e temos sido tratados com extremo desrespeito pela Administração do MPU, sequer a receber o sindicato para estabelecer o diálogo e discutir a s necessidades dos servidores dispõe-se o Procurador Geral da República.

Mas não é fácil fazer greve, não é fácil mobilizar uma categoria, e isto, no MPU, no serviço público, ganha uma dimensão elevada à infinita potência. A pressão da administração, corte de ponto e perseguição (“marcação”) são, entre outros, fantasmas que perseguem os servidores que necessitam reivindicar seus direitos. Mas isto, certamente, não é o maior obstáculo. Por incrível que pareça, o fator mais desmobilizador, especialmente entre nós, é o “fogo amigo”. São as manifestações de colegas que, mesmo sofrendo diariamente as mazelas da desvalorização, não tem coragem de dar o passo e ir à luta e mais, empenham-se em convencer outros colegas a não lutar. Nem sempre a tática usada é clara, evidenciando a posição contrária à luta, muitas vezes os argumentos são falseados, utilizam-se “desculpas” (jurídicas, políticas, financeiras, etc.) para questionar a possibilidade da luta e, pior, há vezes que alguns argumentos conseguem fazer certo sentido.

Porém, a vida tem nos ensinado, pra afastar a tentação do comodismo, que é preciso lançar-se, é preciso fechar os olhos sem nada temer, pois, só assim, alcançaremos a vitória em qualquer coisa que façamos na vida.

No nosso caso, a vitória vai muito além dos servidores do Ministério Público, pois um MPU forte cumprirá com afinco sua missão de defesa da saciedade e, sem dúvida, forte apenas se fará com servidores valorizados.

Por essas e outras, não percamos mais tempo com medo das “picadelas”, vamos à luta, com força e resistamos às pressões, com o pensamento no doce sabor do mel.

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